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A propósito da Ritalina...

Sabia que a prescrição de Ritalina, um medicamento que tem como objectivo melhorar a concentração, e diminuir o cansaço e inquietação, é prescrito por profissionais de saúde para promover melhoria das capacidades cognitivas, pretendendo sobretudo que este actue no contexto escolar e no quadro clínico da PHDA – Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção?

E sabia também que a prescrição deste medicamento aumentou, e a sua venda mais do que duplicou nos últimos anos?

De acordo com o JN, que cita dados do SNS relativos a 2015, 26% dos comprimidos foram usados por crianças até aos 9 anos, e a sua utilização por adultos é de cerca de 7%. Estima-se que, em Portugal, 23.000 crianças estejam medicadas para a Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção – PHDA.

Nos últimos anos, têm sido muitos os profissionais de diversas áreas de saúde a manifestarem a sua opinião e têm sido muitas as vozes as dissonantes no que se refere ao consumo deste medicamento, considerando os seus efeitos, a sua eficácia e a sua própria administração à população, especialmente em crianças.

Os argumentos são muitos, de quem defende e de quem não concorda com a prescrição e o consumo deste medicamento. Seja como for, esta temática foi debatida no Parlamento. Atenção, não foi discutido o consumo de Ritalina, mas sim a sua prescrição por parte dos profissionais de saúde, a crianças com menos de seis anos de idade.

É importante não só debater a Ritalina no que se refere à sua prescrição e consumo, é necessário e urgente pensar neste medicamento considerando o que a investigação e a experiência clínica evidenciam. Tal implica a promoção de um debate alargado que conte com a participação de técnicos e profissionais de diferentes áreas de saúde, que contribuam, de forma informada e numa perspectiva multidisciplinar, para aquela que é uma discussão na qual se deverão pensar em alternativas, alternativas essas sustentadas que ajudem, de facto, as famílias e as suas necessidades; os profissionais nos diversos contextos de intervenção; e sobretudo as crianças, naquela que é uma tarefa exigente, mas essencial: o seu desenvolvimento psicológico, cognitivo, social e emocional.

Dados retirados do Jornal Público:

https://www.sabado.pt/portugal/politica/detalhe/pan-quer-que-ritalina-deixe-de-ser-prescrita-a-criancas-medicos-opoem-se

https://www.publico.pt/2018/10/24/sociedade/noticia/deputados-debatem-proibicao-retalina-menores-seis-anos-1848579

Catarina Martins

Psicóloga Clínica do Projecto "Psicóloga dos Miúdos"

Fonte imagem: https://img.huffingtonpost.com/asset/5bb8d752240000500057733a.jpeg?ops=scalefit_720_noupscale

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